sexta-feira, 29 de junho de 2012

Aquele mesmo Harry de sempre

Era fim de ano. As ruas coloridas e musicais, embaladas pelo clima natalino. As pessoas estampando sorrisos e corações solidários. Eu no meio delas respirando aquele ar contente, um sopro suave. Queria pega-lo, abraçá-lo. Mas só sentia o seu cheiro doce.

Caminhava devagar, meus olhos eram atraídos por aqueles sininhos cheios de cores e sons pendurados nas beiradas das lojas. Parecia festa de criança. Olhei para o céu. Azul, infinito. Imaginei balões percorrendo aquelas nuvens de algodão. Senti vontade de pular nelas. Me peguei sorrindo.

As fitinhas da sorte no meu pulso. Umas duas ou três, pra não perder o costume. Agora o sol estava ficando com sono, quase se pondo. Aquela brisa fresca sobre meus ombros, se aprumando delicada. Me sentia leve. A noite vinha sem pressa, deitando seu manto negro sobre as estrelas. Mal me dei por conta de que estava quase chegando em casa.

Aqueles pinheiros enfeitados na sala, cheios de cartões que desejavam boas festas. Pisca-piscas iluminados e brilhantes. Fiquei uns segundos contemplando a sequência das luzes. Elas pareciam fazer um espetáculo só pra mim. Dançavam ao som de alguma música que eu conhecia,e quase as aplaudi.

Ele estava me esperando repousado sobre a poltrona. Quieto. Mágico. Azul. E, assim como todo fim de ano, eu saboreava suas linhas, viajava pra outros mundos me sentindo parte de toda aquela fantasia. Era ele. Harry Potter e a Ordem da Fênix. Lia as suas quinhentas e tantas páginas como se fossem vinte. Preparei um café e o saboreei como se fosse cerveja amanteigada.    

Nenhum comentário:

Postar um comentário